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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Amar, meu mais sublime erro

Não, eu não estou bem...
Por que perguntas?
Se foste tu a causa do meu sofrimento...
Sofrimento aliás que deveria ser ocultado pela máscara que cobria relutantemente o meu rosto
Máscara que desfaleceu aos pés dos seus olhos castanhos, serenos, atemporais...
Naquela manhã de abril
Infelicidade... Não consegui me dissimular
É, realmente, o amor tem o dom de escancarar-nos ao relento do outro
Tira-nos o sossego e nos traz a paz
Tira-nos a alegria e nos traz a felicidade
Destrói para reconstruir
Tira-no a nós mesmos e nos entrega a mercê do outro, a prêmio...
Escraviza-nos de bom grado
Aborta nossos projetos individuais e gesta idealizações de uma vida dentro de outra
Ingenuidade ou não a minha, mas cri
Cri... Incrivelmente, afoguei-me na esperança
Bebi o gosto agridoce de acreditar
Coloquei o mundo todo como erro
E acreditei que eras o meu verdadeiro acerto
Foste tu o mais belo ser para mim já inventado
Deste-me tudo o que jamais pensei sentir
E se hoje me tiras não posso reclamar
Foste tu que deste-me
Podes retirar tudo!
Menos as lembranças
E mergulhada num relicário pessoal
Pretendo amá-lo eternamente...
Sabes,... Eu esfaqueei as minhas crenças mais severas por nada
E senti o gosto suave do sangue de cada projeto
Ao me deitar na sua cama...
Sabia que estava abdicando a mim mesma
É como ir para a sua cerimônia de morte rindo
Fizeste-me ir para minha execução contente...
Eu te amei da maneira mais sublime e intensa...
Em vão...
Amar-te foi o que me deu vida e o que me tirou dela
Mas quero que saiba que só de saber que você existiu em mim,
Fico feliz de morrer em ti...


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